A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) concluíram que a tentativa de homicídio contra José Aprígio (Podemos), ex-prefeito de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, durante as eleições de 2024, foi forjada. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (17).
No dia 18 de outubro de 2024, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, Aprígio, que buscava a reeleição, foi atingido no ombro esquerdo por um disparo de fuzil feito de dentro de um veículo. O projétil perfurou o carro blindado do político, e outros seis tiros atingiram a lataria e os vidros do automóvel. O motorista, um secretário e um fotógrafo que estavam no veículo saíram ilesos.
Após o episódio, vídeos gravados pela equipe de Aprígio o mostravam sangrando dentro do carro. Mais tarde, publicações nas redes sociais do então prefeito informavam que ele havia fraturado a clavícula. As imagens viralizaram e geraram comoção.
No entanto, segundo as investigações, o ataque foi uma encenação planejada com o objetivo de sensibilizar os eleitores e influenciar o resultado do segundo turno da eleição contra o adversário Engenheiro Daniel (União Brasil). Apesar da tentativa, Aprígio não conseguiu se reeleger.
Batizada de "Operação Fato Oculto", a investigação revelou que ao menos nove pessoas participaram diretamente da encenação do atentado, incluindo três secretários da gestão Aprígio e seu sobrinho. O próprio ex-prefeito também está sendo investigado por suspeita de envolvimento no plano.
Segundo a Polícia Civil e o MP, os então secretários de Transportes, José Vanderlei, de Obras, Ricardo Rezende, e de Manutenção, Valdemar Aprígio, foram responsáveis por planejar a farsa. O sobrinho do prefeito, Christian Lima Silva, também teria participado da organização. Ele já havia sido investigado por forjar um ataque contra si mesmo em 2020, em Alagoas.
A investigação aponta que o grupo contratou Anderson da Silva Moura, conhecido como "Gordão", e Clovis Reis de Oliveira para recrutar os supostos atiradores. Anderson foi preso nesta segunda-feira, enquanto Clovis segue foragido.
Os dois, por sua vez, contrataram Gilmar de Jesus Santos, responsável pelos disparos, e Odair Júnior de Santana, motorista do veículo usado na ação. O fuzil AK-47 utilizado na encenação foi comprado por R$ 85 mil, e os executores teriam recebido R$ 500 mil cada para simular o ataque.
Gilmar foi preso ainda em 2024. Já Odair e Jeferson Ferreira de Souza, apontado como responsável por incendiar o carro usado na ação para eliminar provas, continuam foragidos.
Durante as buscas realizadas nesta segunda-feira, a polícia apreendeu armas nas casas de alguns investigados, mas o fuzil usado na farsa ainda não foi localizado.
A polícia e o MP chegaram a solicitar a prisão dos três ex-secretários, do sobrinho de Aprígio e do próprio ex-prefeito, mas a Justiça negou o pedido. No entanto, autorizou buscas e apreensões nos imóveis dos investigados.
A residência de Hélio Tristão, ex-coordenador da campanha de Aprígio, também foi alvo das buscas.
O atual prefeito de Taboão da Serra, Engenheiro Daniel, afirmou que não se surpreendeu com a conclusão da investigação e destacou o impacto do caso.
"O que me deixa feliz é ver que a polícia está trabalhando com seriedade para esclarecer essa situação. Foi muito difícil para mim, não só politicamente, mas também pessoalmente. Agora espero que a Justiça seja feita e que os verdadeiros culpados sejam punidos", declarou.
O advogado de Aprígio, Allan Mohamed, questionou a conclusão da investigação e sugeriu que a gravidade do ataque indica que não se tratou de uma encenação.
"Ele sofreu um tiro de um armamento pesado. A vida dele foi colocada em risco naquele momento. Essa análise precisa ser feita com muito cuidado", disse o defensor.
As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes do caso.
Com informações : G1
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